BRASILDono das maiores reservas de água doce e de um terço das florestas tropicais que ainda restam no mundo, o Brasil, detentor de 20% de toda espécie animal e vegetal do planeta, possui sete biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal, Costeiro e Pampa. Segundo definição do IBGE, bioma é o conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria. Dentre os biomas brasileiros, a Amazônia, maior floresta tropical úmida do mundo, é o destaque nacional e também global, possuindo a maior variedade de vida da Terra. Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados, a Floresta Amazônica possui um terço de todas as espécies vivas do planeta. Estima-se que existam aí mais de 5 milhões de espécies vegetais, das quais apenas 30.000 foram identificadas. Ainda assim, uma entre cada 5 espécies vegetais do mundo está em seu território. Em apenas um de seus hectares podem existir até 300 diferentes tipos de árvores. Quanto à variedade animal, somente no Alto do Juruá no Acre, região da floresta mais rica em biodiversidade, existem 616 espécies de ave, 50 de réptil, 300 de aranha, 140 de sapo, 16 de macaco e 1.620 de borboleta conhecidas. O Cerrado, bioma conhecido como “savana brasileira”, localiza-se principalmente na região central do país e compreende os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e São Paulo, além de outras localidades. Com clima tropical de altas temperaturas e estação seca, o solo desse bioma possui baixo ph, baixa fertilidade e alto nível de alumínio, além de pouca disponibilidade de água em sua superfície. Em razão dessas condições geográficas, o cerrado apresenta uma vegetação adaptada à escassez de nutrientes. As raízes de suas árvores podem, por exemplo, atingir grandes comprimentos na busca da sobrevivência. Com grande número de formigas e cupins, o Cerrado possui uma alta biodiversidade de fauna e flora. Situado na região centro-oeste dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul está o Pantanal. Bioma caracterizado como uma grande planície alagável, é a maior área alagada da América do Sul e do mundo. Região de chuvas abundantes entre o final da primavera e verão e clima seco durante o resto do ano, o Pantanal possui uma grande diversidade biológica adaptada às mudanças entre períodos alagados e secos. A Caatinga brasileira abrange os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de algumas áreas da Bahia, Alagoas, Pernambuco e Sergipe e localiza-se entre a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Cerrado. Em razão das altas temperaturas e da escassez de chuva, seus solos são pedregosos e secos. Esse bioma possui uma grande riqueza de ambiente e espécies, porém é pouco estudado e habitado, e possui a menor quantidade de unidades de conservação do país. Os Pampas, ou campos sulinos, localizam-se no Estado do Rio Grande do Sul e se estendem até o Uruguai e a Argentina. Com clima quente durante o verão e temperaturas baixas e maior intensidade de chuva no inverno, esse bioma possui a maior biodiversidade concentrada na fauna: 39% dos mamíferos aí existentes são endêmicos. Já a Mata Atlântica, estendida do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, tem na biodiversidade a sua principal característica. Esse bioma é considerado como uma das áreas mais ricas em espécies da fauna e da flora mundial. Ele possui uma grande variedade de espécies endêmicas, especialmente em árvores e bromélias. Existe também uma grande diversidade de animais vertebrados e invertebrados. Por fim, o bioma Costeiro é formado por vários ecossistemas que compõem o litoral brasileiro. São manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos e recifes de corais, entre outros. Por abranger toda a costa brasileira, suas características variam de um lugar para outro. Por isso, as espécies animais, vegetais e os aspectos físicos são diferentes em cada um de seus ecossistemas. A preservação da natureza está diretamente ligada à biodiversidade que descreve a riqueza e variedade do mundo natural. O homem não poderia sobreviver sem a biodiversidade. Os animais alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumidos diariamente, por exemplo, nos dão a carne, o couro e a insulina. O termo biodiversidade deve ser considerado em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. Os excrementos de um animal podem servir de alimento para outros e fertilizar o solo ajudando no crescimento das plantas. Segundo a Lei de Fauna, Lei 5.197/67 proporcionou medidas de proteção e, com o advento da Constituição Brasileira de 1988, o protecionismo à fauna ficou bastante fortalecido tendo em vista o teor do seu Art. 225, assim descrito: "Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da Lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais a crueldade". O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade atua para a melhoria do estado de conservação das espécies da fauna brasileira, utilizando três ferramentas integradas: avaliação do risco de extinção das espécies - que permite a atualização das Listas Nacionais Oficiais das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção; identificação de cenários de perda de biodiversidade - que permite identificar as áreas de maior vulnerabilidade para a perda de espécies ou suas populações; definição e implementação de Planos de Ação Nacionais - que permitem identificar as ações com mais importância para a conservação das espécies ameaçadas de extinção. |